Abaixo seguem as ementas das disciplinas para a turma 2017/8. Elas foram extensivamente discutidas e revisadas pelos coordenadores de cada disciplina e pelos membros da comissão de pós-graduação. Duas preocupações pautaram as discussões.
Inicialmente, cada grupo de coordenadores mapeou os tópicos principais de cada matéria, de forma a oferecer disciplinas estruturantes, com a preocupação de sensibilizar os alunos para temas sensíveis e introduzir conceitos essenciais. Existe o consenso de que é impossível esgotar cada tema em um período de aula tão curto como uma semana. Contudo, os alunos terão como se aprofundar em aspectos específicos que estejam relacionados ao seu projeto durante a obtenção de dados e confecção da dissertação, através de pesquisa bibliográfica e de discussões com orientadores ou outros membros do quadro docente.
Outra preocupação é que as disciplinas sejam conectadas e apresentadas em uma ordem que facilite o trânsito entre cada matéria, de forma que conteúdos essenciais para o progresso sejam apresentados em uma ordem coerente. Por exemplo, Taxonomia Clássica é uma disciplina que claramente deve ser dada no princípio, pois a identificação dos vetores é o ponto de partida para seu estudo e definição de estratégias de vigilância e controle. Por outro lado, a disciplina de Prática de Vigilância e Controle faz sentido como fechamento do curso, pois será uma oportunidade de integração e aplicação dos conhecimentos das outras disciplinas.
Respeitando esses aspectos, a comissão de pós-graduação optou por manter duas disciplinas na abertura do curso: Metodologia do Trabalho Científico e Controle de Vetores. Metodologia é uma disciplina que apresenta temas transversais e básicos para a prática científica e docente. Controle de Vetores pretende sensibilizar os alunos no começo do curso para temas transversais que serão revisitados nas disciplinas subsequentes.
É importante destacar que a realização de aulas práticas depende de cada coordenador e das necessidades materiais relacionadas a cada atividade. Apesar das fortes restrições orçamentárias, temos a orientação de realizar um esforço no sentido de garantir o máximo de atividades práticas.
Reiteramos a necessidade de liberação do serviço para comparecimento às semanas de aula (calendário já divulgado em outra postagem). Respondendo a um questionamento realizado, infelizmente a realização de um curso noturno, para profissionais trabalharem e estudarem concomitantemente, é impossível na FIOCRUZ do Rio de Janeiro, pelo menos no momento atual. Isso se dá em função de questões de segurança e também de restrição orçamentária.
Em caso de dúvidas ou sugestões, por favor entrar em contato através do email posgvcv@ioc.fiocruz.br ou posgvcv@gmail.com.
Metodologia do Trabalho
Científico – Coord. Fernando Ariel Genta e Mariana David – (Início das aulas:
21 a 25 de agosto de 2017)
Apresentação do curso. Workshop com orientadores – apresentação de
linhas de pesquisa. História do Controle de Vetores. Metodologia Científica. Oficina
de redação de projetos. Biossegurança em vetores. Oficina de Busca
bibliográfica. Oficina de bancos de dados, planilhas e estatística. Ética em
pesquisa. Oficina de redação de artigos científicos/relatórios. Legislação do
controle e pesquisa em vetores. Novas ferramentas e perspectivas em ciência:
DIY Bio, divulgação, engajamento público. Visita guiada a sítios históricos e a
laboratórios de pesquisa na FIOCRUZ.
Controle de vetores – Coord.
Denise Valle e Mário Sérgio Ribeiro – (Início das aulas: 25 a 29 de setembro de
2017)
O controle integrado de vetores é composto por diversas ações que
incluem vigilância, manejo ambiental, engajamento comunitário, controle
mecânico, biológico e químico (e, neste último caso, manejo da resistência).
Além disso, novas tecnologias, tanto da área biomédica como social, visando o
controle estão sendo desenvolvidas e aplicadas em diferentes países. Alguns
exemplos: mapeamento de risco, eco-bio-social, Combi, organismos transgênicos,
insetos estéreis, bactérias endossimbiontes, paratransgênese, silenciamento
gênico. Nesta disciplina, pretende-se abordar de forma teórica conceitos
relacionados ao monitoramento e à definição de estratégias para controle de
diferentes vetores de importância para a Saúde Pública.
Taxonomia Clássica – Coord.
Reginaldo Brazil e Suzete Gomes – (Início das aulas: 23 a 27 de outubro de
2017)
Classificação dos Seres Vivos: Nomenclatura binominal e classificação
hierárquica (Linnaeus); Lamarckismo ou influência do meio (Lamarck); Origem das
Espécies, Darwinismo ou seleção natural (Darwin); e Mutacionismo (Mendel,
Bateson). Classificação Natural e a espécie como unidade zoológica. Separação
das Espécies: Critérios Morfológicos, Critérios Fisiológicos e Critérios
Genéticos. Gêneros, Espécies e subespécies. Princípios da sistemática moderna e
da biologia comparada: Sistemática Evolutiva ou Gradista; Sistemática Fenética
ou Numérica; e Sistemática Filogenética ou Cladística. Construção de
filogenias. Código Internacional de Nomenclatura Zoológica e sua aplicação na
Entomologia e Malacologia Médica. Exemplos de problemas taxonômicos em
artrópodes e moluscos de importância médica.
Ecologia das Doenças Transmitidas
por Vetores – Coord. Nildimar Honório, Maurício Luiz Vilela e Cristina Maria
Giordano Dias – (Início das aulas: 27 de novembro a 01 de dezembro de 2017)
A disciplina
Ecologia das Doenças Transmitidas por Vetores está relacionada com a
ecoepidemiologia e seus fatores (como p. ex. os movimentos migratórios humanos,
a dispersão passiva e ativa de vetores), conectados com os conhecimentos sobre
a vegetação, a geologia, o clima, etc. Além disso, com cenários
ecoepidemiológicos alterados, que relacionam ecossistemas e espécies de vetores
epidemiologicamente importantes; ecótopos naturais e artificiais, domiciliação
de espécies e processo de urbanização de doenças, dentre outros. Neste sentido,
a nossa proposta é abordar os temas relacionados abaixo:
a) Alguns
ciclos de transmissão das doenças transmitidas por vetores: Arboviroses,
Malária, Filarioses, Oncocercoses, Leishmanioses, Doença de Chagas, Febre
Maculosa, Peste.
b) Insetos
vetores: categorias e critérios de incriminação (conceituar os mecanismos de
transmissão, vetores primários e secundários; apresentar os critérios de
incriminação de insetos vetores);
c) conceitos
e termos ecológicos: antropofilia, zoofilia, dispersão, invasão, ambiente
silvestre; conceito de tríade epidemiológica, ecologia das doenças,
epidemiologia espacial, conceitos como hospedeiros, vetores e patógenos,
permissividade ambiental para transmissão de doenças, nichos de transmissão,
etc.
d) Capacidade
e competência vetorial: conceito, fatores determinantes e propriedades
dependentes, entre outros.
Biologia de Vetores e Interação
Patógeno-Hospedeiro – Coord. Daniele Castro, Ana Melo e Ricardo Araújo –
(Início das aulas: 19 a 23 de fevereiro de 2018)
Conteúdo teórico: fisiologia de vetores (sistema digestório, nervoso,
neuroendócrino, imunológico e circulatório) e relação com desenvolvimento de
patógenos; comportamento de vetores (comunicação de insetos, comportamento
alimentar e sexual, osciladores ambientais e relógio biológico);
Conteúdo prático: Alimentação sanguínea e ensaios fisiológicos de
insetos; morfologia interna de diferentes vetores (dissecção e anatomia interna).
Sistemática Molecular – Coord. Rafaela Bruno e
Luciana Araripe – (Início das aulas: 19 a 23 de março de 2018)
Diferenças
entre genótipo e fenótipo (isoenzimas, genes e expressão gênica como fenótipo,
polimorfismos, SNPs). Aplicação da sistemática molecular para diferentes níveis
taxonômicos. Extração de DNA, PCR e sequenciamento de ácidos nucleicos (Sanger,
NGS). Alinhamento de sequencias, polimorfismos, diversidade, diferenças fixadas
e não-fixadas. Barcoding. Métodos filogenéticos (Introdução, análise e
interpretação de árvores filogenéticas).
Diagnóstico Laboratorial dos Agentes
Infecciosos e Parasitários – Coord. Angela C. V. Junqueira, Elaine Santana
Mendonça, Silvana Carvalho Thiengo – (Início das aulas: 16 a 20 de abril de
2018)
A disciplina envolve conteúdo teórico e atividades
práticas e visa capacitar o aluno nas bases dos métodos parasitológicos,
imunológicos e moleculares, bem como nos parâmetros de avaliação de um teste
diagnóstico laboratorial (acurácia, precisão, reprodutibilidade, sensibilidade,
especificada, entre outros), além da gestão da qualidade no diagnóstico
laboratorial. Tópicos em Biossegurança no laboratório e no campo, além daqueles
envolvendo a qualidade no transporte e conservação dos espécimes coletados
serão abordados, assim como os princípios de funcionalidade de equipamentos
empregados na rotina do diagnóstico laboratorial. Importância e aplicabilidade
do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL-Animal) também integram o conteúdo
programático da disciplina.
Vigilância Malacológica e Entomológica -
Coordenadores: Monica Ammon Fernandez e José Bento Pereira Lima – (Início das
aulas: 21 a 25 de maio de 2018)
Objetivos: A vigilância de vetores envolve três componentes principais: vigilância
da doença, vigilância do vetor e monitoramento dos riscos ambientais e sociais.
A vigilância entomológica e malacológica é importante na determinação da
distribuição geográfica dos vetores e reservatórios, monitoramento e avaliação
dos programas de controle, obtenção de medidas relativas da população ao longo
do tempo para intervenções que sejam apropriadas e em tempo hábil. A vigilância
pode servir para identificar áreas de alta densidade de infestação ou períodos
em que a população de vetores e reservatórios aumenta. Além disso, a vigilância
é crítica na detecção rápida de introdução em áreas novas, de forma a evitar a
disseminação dos vetores e reservatórios, com consequente dificuldade de
controle.
Programa: Reconhecimento de territórios, georreferenciamento e programas usados
para confecção de mapas; observação de diferentes cenários onde ocorrem os
agravos; medidas preventivas e definição de estratégias; indicadores
entomológicos. A atuação da vigilância e a importância da pactuação de
diretrizes (União, Estados e Municípios). Mapeamento de áreas, classificação
quanto à transmissão (endêmica, focal, indene e vulnerável); coleta e captura
de vetores ou reservatórios, transporte, manutenção e envio aos Laboratórios de
Referência; Investigação epidemiológica e notificação; banco de dados e
sistemas de informação. Monitoramento da malacofauna: estudos longitudinais e
espaciais; análises qualitativas e quantitativas; espécies sentinelas, exóticas
e invasoras, impacto ambiental. Monitoramento da entomofauna e malacofauna em
áreas impactadas por empreendimentos: alterações nos ecossistemas e sua
repercussão na saúde. A interface vigilância e pesquisa: zoonoses/parasitoses
emergentes e re-emergentes e estratégias de vigilância em saúde e ambiente. Educação
e promoção em saúde; a participação das Secretarias de Saúde e Educação na
vigilância; produção de materiais de divulgação e ensino em saúde.
Prática de Vigilância e Controle
– Coord. Rafael Freitas e Cynara de Melo Rodovalho – (Início das aulas: 25 a 29
de junho de 2018)
Nesta disciplina, pretende-se abordar problemas práticos e reais
enfrentados por gestores e agentes de saúde. Os alunos terão a oportunidade de
aplicar, na prática, todos os conhecimentos adquiridos nas disciplinas
anteriores. Ao final deste curso, deverão ser capazes de buscar informações em
bancos de dados públicos disponíveis na web; escolher, distribuir e operar
armadilhas usadas em vigilância e controle de vetores; georreferenciar e criar
mapas temáticos com dados obtidos a partir das armadilhas em campo; coletar,
criar e identificar os vetores; criar planilhas para coleta e análise dos
dados; tomar decisões e definir estratégias para controle racional.
Prezado, como trabalho no horário comercial, gostaria de saber se haverá disponibilidade de disciplinas a noite.
ResponderExcluirCaro Padilha, infelizmente num primeiro momento isso não será possível, por questões orçamentárias e de segurança. Mas vou apresentar essa demanda à Vice-diretoria do IOC e à Vice-presidencia de Educação da FIOCRUZ, para desenharmos uma estratégia para as próximas turmas. Muito obrigado pelo interesse!
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirA partir de quando estará aberto o processo seletivo ?
O processo seletivo será aberto em Junho, com inscrições previstas para Julho. O edital será publicado em Maio.
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